domingo, 11 de julho de 2010

Mudei...

Cada momento mudei 
Continuamente me estranha
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é, 
Atento ao que sou e vejo, 
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É  do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto a minha passagem,
Diverso, mórbido e só.
Não sei sentir-me onde estou
Por isso, alheio,vou lendo como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que lí
O que me julguei que senti
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Nenhum comentário: