quarta-feira, 27 de agosto de 2014

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Gosto de pessoas que vibram, que não há que empurrá-las, que não se precisa dizer o que fazer, se não que sabem o que se tem que fazer e o fazem.
Eu gosto das pessoas justas com a sua gente e consigo mesmas, mas só aquelas que compreendem que somos humanos e que podemos nos equivocar [...]"

– Mario Benedetti

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Uma lição de amor/ I Am Sam - Resenha

“Como podemos ser tão diferentes e nos sentirmos tão iguais?”


            Uma lição de amor/ A Força do Amor, tem como título original: I Am Sam. Filme americano, do gênero drama, lançado em 2001, escrito e dirigido por Jessie Nelson, estreado no Brasil no ano de 2002.
            Sam Dawson é um homem com deficiência mental e apresenta atraso cognitivo. Leva uma vida normal, tem amigos que fazem parte do seu dia a dia e são assim como ele, especiais e excepcionais! Um grupo de amigos que trepida inveja em qualquer outro – envolvidos pelo afeto, companheirismo e cobertos de generosidade e humanização.
            O filme começa com Sam em seu ambiente de trabalho, uma cafeteria, da qual todos por lá o tratam com respeito e inclusão. A trama inicia quando durante sua atividade no trabalho ele recebe uma ligação, Sam sai correndo pela rua e chega à sala de um hospital, onde lá sua vida começa a ganhar mais brilho; nasce sua razão de viver, a filha a qual ele devotaria todo o seu amor e cuidado. Lucy, fora fruto de um relacionamento inesperado entre Sam e uma mulher que recebe abrigo na casa de Sam. Porém, esta mulher sem nenhuma explicação, abandona Sam e o bebê.
            O filme nos traz algumas reflexões iniciais e alguns questionamentos: como Sam cuidará de sua filha, sozinho? Será que sua mãe voltaria um dia? E quando a criança crescer? Como ficará a vida de Sam diante de tal situação...?
            Com o apoio de seus amigos e ajuda de uma amiga vizinha, Sam se envolve cada vez mais com sua filha, entregando todo o seu amor àquela criança. Sua atenção, seus mais sinceros cuidados e proteção. É emocionante cada minuto do filme, cada cena nos faz envolver-se com a história, fazendo-nos reconhecer que nossa humanidade está aquém do respeito as diferenças, as singularidades de cada ser. Sam tinha uma mentalidade de uma criança de 7 anos, a inocência de 7 anos de vida, mas todo amor que ele tem... ah! Talvez não caiba em muitos que se dizem ser gente.
            É cativante a paixão devotada por ele a sua filha. Desde o primeiro momento ao segurá-la nos braços, e o seu olhar, e o seu cuidado encharcados de amor. Cada momento entre Lucy e Sam é fascinante aos olhos.
            Nos primeiros dias, Sam sente dificuldade em seus iniciais cuidados; hora de alimentá-la, como pôr sua frauda; que horas ela deve dormir ou tomar banho. Em tímido desespero Sam pede ajuda: “[...] é tudo tão pequeno, você vem aqui pra me ajudar?” foi o que ele disse a vizinha Enne, sua amiga. Quando ela explica os horários de alimentar a criança, com sentimento profundo, ele pede desculpas a Lucy.
Sua amiga Enne ensina os horários de alimentá-la sintonizando a TV com os programas nos devidos horários. E Sam faz assim como recomendado.
Lucy começa a crescer e com isso, logo o enche de perguntas e mais perguntas...
– Papai por que a neve cai em flocos?
– Porque ela vem em flocos.
– Papai a mostarda é feita de que?
– A mostarda é um ketchup amarelo.
– Papai por que tem homens carecas?
– Alguns homens são carecas porque a cabeça deles brilha e não tem cabelo nela. A cabeça deles faz mais parte da cara.
– Papai só tem joaninhas, ou tem também joaninhôs, também, e se eles existem o nome deles é esse mesmo?
– Não. Chamam besouros.
– Papai onde o céu termina?
(...)
            Lucy e suas perguntas começam a deixar Sam confuso; em uma cena Lucy questiona a seu pai “se Deus quis que ele fosse assim, ou se foi um acidente?” Sam não reconhece uma maneira de explicá-la suas limitações enquanto humano. E a questiona assustado o que ela queria dizer com aquela pergunta. E se desculpa por ele não ser como as outras pessoas, os outros pais.
Lucy o deixa feliz completando: “Não se preocupe, eu tenho sorte. Nenhum dos outros pais costuma ir ao parque”.
            É fascinante a performance do ator principal, consegue por excelência ser originalmente encantador a cada cena.
Como duas crianças de mesma idade eles passam os mais felizes e divertidos dias, até que a vida deles sofre algumas mudanças, quando Lucy começa a frequentar a escola; Lucy envolvida com seus colegas passa a se questionar sobre o comportamento de seu pai. Alguns colegas passam a chama-lo de retardado, e Lucy acata: dizendo que: “é possível ser um retardado para reconhecê-lo”.
Lucy passa a mostrar outros livros para o seu pai, mas Lucy reconhece algo que a deixa com vergonha quando estão lendo juntos em uma passagem do livro que diz: “Como podemos ser tão diferentes e nos sentirmos tão iguais?”
            Suas vidas começa a mudar quando a escola chama Sam para uma conversa e o diz que Lucy não consegue acompanhar seus coleguinhas na escola, e se recusa a apreender, a evoluir. Em casa, Lucy se recusa a ler e diz ser burra. E completa: “se você não consegue ler, eu também não consigo ler”. Seu pai a convence dizendo emocionado que se sente realizado quando ela ler e ela termina a leitura.
            O clímax ocorre quando na festa surpresa de Lucy, Sam e seus amigos, junto aos colegas de Lucy, a menina é levada pela Senhora da Vara da Família, que fora visitá-la. E na hora que Lucy chega, ela é surpreendida! Um coleguinha grita: “ele não é seu pai, você disse que foi adotada!”
            Sam fica sem Lucy por um tempo, só pode vê-la duas vezes por semana e por duas horas. Ele passa a procurar por um advogado que o ajude. Até que com muito esforço e persistência, uma advogada aceita ajudá-lo, no entanto, ela só o ajuda (pro bono) para impressionar alguns seus amigos que a vê conversando com ele.
 Rita é uma advogada, mãe e esposa. Estas ultimas sem muita dedicação. Ela é uma pessoa que sofre com alguns problemas – seu filho uma criança que não recebe atenção merecida e a trata com desobediência e rebeldia. E seu esposo, é um homem infiel.
            Rita passa a se envolver cada vez mais com o caso de Sam e, com ele, passa a valorizar algumas coisas e ser mais calma, mais humilde e humana.
Durante o filme, Sam e Rita enfrentam várias sessões, até que Sam se conforma e faz o que para ele seria melhor para sua filha – deixá-la com sua mãe adotiva, aquela com quem ele sempre quis para Lucy; uma mulher paciente, carinhosa e que estava disposta a dar atenção e o amor que Lucy precisava.
            Há passagens em que Lucy passa dias fugindo de casa pela janela para ir de encontro à casa do pai; de madrugada, quando todos já dormiam, ela pulava a janela de sua casa e ia para a casa de Sam que era vizinha a sua. Dizia a seu pai que não conseguia dormir, e, Sam a esperava adormecer todas as vezes que isso acontecia e depois ia deixá-la em sua casa. É comovente a forma como a mãe adotiva da Lucy diz para o Sam quando evita que mais um desses episódios ocorresse novamente; então ela vai à casa de Sam com Lucy em seus braços, e simplesmente diz que ela não seria capaz de dar o mesmo amor que ele sente por sua filha. E a entrega nos braços de Sam.
            O julgamento final não se passa no filme, mas o que sabemos é que Sam fez o que achara melhor para Lucy, a deixa com sua mãe adotiva.
Histórias assim, nos fazem refletir sobre comportamentos – o comportamento humano. Os valores que nós por muitas vezes esquecemos ou fazemos questão de não usá-los. O respeito as pessoas, seja ela como for, surda, cega, com deficiência mental, paraplégicas, etc. seja lá qual for sua deficiência. O fato é que pessoas assim são cidadãs e cidadãos como qualquer outro, e como tais possuem os mesmos direitos que pessoas “normais”. 
E para a inclusão, o que falta? 

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Guimarães Rosa



"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem".

João Guimarães Rosa

Em favor da amizade


Desde os tempos bíblicos a amizade foi tida como algo precioso. Ela é enaltecida no livro do Eclesiastes, sendo comparada a um tesouro.
Para todos aqueles que desfrutam de boas amizades, não é novidade afirmar que é ótimo estar com os amigos.
Agora, no entanto, provas científicas sólidas afirmam que a amizade é capaz de prolongar a vida.
Shelley Taylor, psicóloga pesquisadora da Universidade da Califórnia, em Los Ângeles, diz que a amizade "desempenha um papel muito mais importante na manutenção da saúde e da longevidade do que a maioria das pessoas imagina."
Diz que os "laços sociais são o remédio mais em conta que existe."
Desde 1979 vêm se intensificando pesquisas em torno da ação da amizade. Ainda na Califórnia, durante nove anos, cinco mil moradores do Condado de Alameda foram submetidos a pesquisas.
Foi constatado que as pessoas que tinham o maior número de relações sociais apresentaram menos da metade da probabilidade de morrer, comparados aos que tinham o menor número de relacionamentos.
Mais de uma centena de estudos confirma os benefícios que a amizade traz para a saúde.
Quem tem amigos, tem mais chances de sobreviver às doenças de alto risco, possui um sistema imunológico mais forte e com maior capacidade de regeneração, melhora sua saúde mental e vive mais do que as pessoas sem esse suporte social.
Segundo os pesquisadores, o fato de ter amigos confiáveis significa menos hormônios de estresse fluindo pelo organismo, mesmo diante de problemas. É menor o risco de a pressão arterial e os batimentos cardíacos aumentarem de modo brusco.
Este importante detalhe ajuda a prevenir danos arteriais. Ao longo de toda uma vida, essas diferenças sutis podem resultar numa grande proteção contra as agressões do tempo e das doenças.
Pesquisas em vários Estados americanos, no Japão e na Escandinávia são unânimes em afirmar que é ótimo ter amigos.
Por isso, mesmo que a sua agenda esteja superlotada, não esqueça de dedicar um pouco de atenção para o florescimento e a manutenção das suas amizades.
Marque um encontro para um lanche. Ou uma caminhada pela manhã, antes de ir para o trabalho.
Reserve uma noite, ao menos, por mês para se encontrar com os amigos.
Esteja presente nos acontecimentos importantes na vida de seus amigos, como casamentos, formaturas, aniversários, enterros. Acredite: sua presença vai fazer a diferença.
Programe-se para realizar algumas tarefas de rotina, com os amigos, aproveitando os tempinhos sempre preciosos, enquanto faz compras no mercado, vai ao banco, pratica exercícios, assiste o jogo de futebol de seu filho.
O importante é não perder contato. Se o amigo está distante, telefone, utilize o fax, o correio eletrônico. Faça o que puder para manter o relacionamento de amizade.
Na alegria ou na tristeza, esteja com seus amigos.
* * *
Amizade é excelente presença de Deus no relacionamento das almas.
Apoie-se nas companhias caras ao seu coração. Deixe-se envolver pelo bem-querer.
Cultive a amizade, permitindo-se o salutar intercâmbio de idéias, sentimentos, alegrias.
Alimente a sua vida com essas horas de agradável convívio ao lado de quem você quer bem e se permita usufruir felicidade.



Momento Reflexão.com

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O conhecimento do próximo tem isto de especial: passa necessariamente pelo o conhecimento de si mesmo. 


Italo Calvino




terça-feira, 5 de agosto de 2014