domingo, 20 de dezembro de 2015

Vi borboletas

Então você me pergunta se estou feliz agora..? E se eu disser: posso responder depois, uma outra hora, outro dia?
Não, eu não estou adiando alguma coisa. Estou reinventando meus sonhos – correndo atrás de alguns outros.
Sinto um peso do qual nunca sentira, eu apenas sinto medo. E se nada der certo, se as coisas forem difíceis agora? A gente tem mesmo que passar por questionamentos e dúvidas? Será uma prova ou uma oportunidade testarmos nossa fé?
Não quero acreditar que seja isto. Espero que a densa nuvem do medo passe. E com ela leve todo desânimo.
Porque quero continuar sendo forte.
Quero que meus motivos tenham mais contraste que todo o medo.
Sombra, não precisa... Aprecio o contraste. Veja numa foto, edite-a. Coloque luz, contraste e brilho. Está ótima. E se for num dia ensolarado, perfeita! Será encantadora de se ver.

Hoje fotografei uma borboleta. Ela não estava só – apreciava uma folha e nela frutos. Ali ela buscava o alimento de todos os dias, talvez sua felicidade dependa disso, destes momentos de encanto próprio pela natureza!




sábado, 28 de novembro de 2015

50% - Resenha

O filme 50% conta a trama de um jovem-adulto, Adam, que descobre ter um certo tipo de câncer raro - tumor na coluna. Adam é escritor em um jornal, tem uma namorada artista e um amigo bem, bem alto astral. Adam tenta se conformar com a notícia, apesar de nunca beber, fumar ou fazer qualquer outra atividade nociva a saúde. Tenta levar sua vida como qualquer outra pessoa que tem 27 anos, apesar do câncer. 
Seus amigos e família o apoiam. A namorada de Adam, no início tenta ficar a seu lado, mas o trai. E, graças a seu amigo Kile, ele a deixa quando descobre que ela estava com outra pessoa.
O filme não é só mais um daqueles que nos faz chorar com cenas dramáticas ou coisas do tipo. Vi no filme algumas situações é claro, que nos faz pensar, refletir, lembrar de pessoas próximas que já se foram, seja por um câncer ou outra doença.
E a gente se pergunta, mais e mais uma vez, por quê coisas assim devem acontecer?
Vi também situações como aqueles profissionais que tem o dever de cuidar e simplesmente não conseguem fazer. Na cena que Adam vai ao médico saber dos resultados dos exames - o médico começa a falar e falar... Nem ao menos olhou para ele. E podemos perceber o quão "desumanizada" é a classe, que por muitas vezes não são treinadas para lidar com sentimentos ou da arte de confortar. Acolher o paciente com atendimento humanizado, onde se escuta e o faz compreender a real situação, sem torná-lo ameaçador ou desesperador.
Adam conheceu uma terapeuta, Katerine,que o ajudou muito, pelo menos tenta. Adam desconfia de sua competência, por ela ser nova (24) ele perguntou sua idade na primeira consulta.
Mas é interessante a relação entre os dois... A terapia o ajudou, as conversas a confiança entre profissional e paciente é fascinante!
Sobre seu amigo, é lindo enxergar o amor entre os dois. O cuidado que ele tem com Adam e o empenho e compromisso quando ele passa a fazer parte do seu dia a dia em consultas, caminhadas e até nas farras noturnas para "levantar o astral"!
Tem uma cena que o Adam vai a casa do Kile e ver um livro chamado "Unidos contra o câncer" - um livro mais de autoajuda para familiares ou amigos que convivem com pessoas com câncer. Adam então percebe que tem que lutar contra a doença.
Contudo, há momentos que Adam também se entrega ao cansaço e ao medo de morrer. Ele perdeu um dos amigos que conheceu nas sessões de quimioterapia.
Adam precisa realizar a cirurgia e as chances são poucas - a cirurgia é de risco. Adam se desespera e quer desistir (cena que ele e Kile está no carro e ele quer dirigir, Adam entra na contramão e os dois discutem) 
Adam liga para sua terapeuta e eles trocam palavras de conforto e de esperança. Não se viam ali como profissional e paciente, falavam como amigos.
É importante relatar a aproximação que Adam passa a ter com sua família. O pai de Adam tem mal de alzheimer e sua mãe vivia para cuidar dele. No início da descoberta do câncer ela queria morar com o filho, mas ele não aceita. Ela, assim como Kile, também começa a participar de grupos de autoajuda de pais que tem filhos em tratamento contra o câncer. Quando Adam descobre, ele percebe o quanto não dava atenção a sua mãe e a vida que ela tinha, tampouco como ela estava em relação a tudo que estava acontecendo.
A cirurgia de Adam ocorreu tudo bem, apesar de algumas complicações que tornaria sua recuperação delicada. Com o apoio da família e de Kile, Adam aos poucos se recupera. 
O filme termina num encontro entre sua amiga terapeuta, Katerine - eles começam a namorar.

Não houve final triste. Muitos filmes onde há pessoas doentes, terminam com morte.
Meu namorado sempre reclama dos meus gostos para filmes. Ele fala que eu só gosto de filmes tristes que me fazem chorar. Ah, se ele visse este!

Foi um bom filme. Teve superação. Teve cura. É baseada em uma história real. 
Filmes assim, nos fazem mais ainda acreditar no milagre, no amor entre as pessoas. Na união, na fraternidade entre amigos, no companheirismo entre Adam e seu cachorro e, por fim, no amor incondicional entre pais e filhos.
Adam, antes da cirurgia fala com seu pai, que devido sua enfermidade, nunca o reconhece. "Pai, sei que o senhor não lembra de mim, mas sou seu filho e eu te amo".

É sim, uma linda história. Um belo filme.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Cecília Meireles - Canção de Outono

Canção de Outono
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão…
Tu és folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
– a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão…

sábado, 31 de outubro de 2015

Qual o número do amor?

Certa vez uma garotinha perguntava a um sábio, onde se encontrava o amor? Será que tem um número o qual podemos ligar ou possamos chamar por ele?
O sábio respondia com tranquilidade e, com um brilho no olhar, que chegava a refletir no olhar daquela garota:
- Quem sabe?
Completava ele:
- O amor é o bem maior.  Não conheço outra riqueza maior que ele.
Trás alegria ao coração e não teria nós como definí-lo.
 Dizia ele que, o amor fazia o sol brilhar e que numa noite sem luar, se o amor cultivamos, a luz - haveria de existir.
Atenta a tudo que ele falava... A garotinha observava e admirava, mas algo faltava. Ela queria ouvir mais daquele homem.
Ela queria ver. Queria sentí-lo. Queria mesmo era enxergar este amor. Pensativa, ela se perguntava, por que havia violência se ele poderia estar em qualquer lugar... Em qualquer pessoa, em todo mundo.
E ela insistia:
 - Como encontro, qual o número? Quero vê-lo. Quero dizer que fique aqui conosco, que mude os corações das pessoas, que traga alegria...
E o sábio, ria com admiração com todo aquele falatório. E respondeu mais uma vez:
- Quem sabe?

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Efêmera



Congela o tempo pr'eu ficar devagarinho
Com as coisas que eu gosto
E que eu sei que são efêmeras
E que passam perecíveis
Que acabam, se despedem,
Mas eu nunca me esqueço.

Tulipa Ruiz

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Um dia me disseram, que eu podia ser qualquer coisa.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cataflor

Saio por ai juntando flor por flor
Só pra te mostrar
O que a vida fez com todo o amor
Só pra ti, só pra ti, só pra ti

Saio por ai juntando flor por flor
Só pra te lembrar
Do que a natureza tentou imitar
Quando olhou pra ti, só pra ti, só pra ti

E se eu quiser dizer que o universo
É feito pra você, só pra você
E se eu quiser dizer que o universo inteiro
Mora em você, só pra você
Assim como eu

Ando pelo vento, junto flor por flor
Só pra te enfeitar em cada esquina
Em que você passar
Vou sorrir, só pra ti, só pra ti

E se eu quiser dizer que o universo
É feito pra você, só pra você
E se eu quiser dizer que o universo inteiro
Mora em você, só pra você
Assim como eu

E se eu quiser dizer que o universo
É feito pra você, só pra você
E se eu quiser dizer que o universo inteiro
Mora em você, só pra você

E se eu quiser dizer que o universo
É feito pra você, só pra você
Assim como eu


Cataflor - Tiago Iorc

sábado, 3 de outubro de 2015

Você também merece aplausos

Há uma frase bem conhecida do Charles Charplin que diz:
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. ”
É como sentir que não estou vivendo intensamente – toda vez que leio ou lembro desta frase. Engraçado, que sempre a menciono em palestras ou qualquer momento de reflexão e meditação.
Parece até abstrato, mas torna-se mesmo concreto quando pensamos desta forma. Será que estamos vivendo como queríamos? Viajamos para onde queremos. Dançamos as músicas que gostamos, sem pensar no que o outro está pensando a nosso respeito? Somos os atores/autores de nossa história ou nos deixamos moldar pelo que os outros falam, pelo que lemos, ouvimos?
Por vezes deixamos de conhecer lugares, pessoas e até deixamos de viver momentos... Às vezes por medo, por preconceitos e insistimos na ignorância de não querer adentrar no desconhecido.

Desistimos fácil do que queremos, do que desejamos, e passamos a não jurar mais, por exemplo, um amor eterno – e é por desilusões? Talvez. Mas e se, corrermos? Se não desistirmos? Se sorrirmos sempre que a vida lhe pedir um pouco mais de alegria? Ah, passamos sim a encarar tudo, a perdoar e apaixonar-se de novo e, de novo! Antes que seja tarde: viaje, dance, atue, escreva, queira, ame! Deseje, desencane... jure. Corra, tente, sorria, encare. Perdoe, sobretudo. E apaixone-se!

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A vida esina


A vida te ensina, se queremos ou não aprender/apreender algo é quase inevitável. Uma hora ou hora você se pergunta como pôde suportar/superar certas coisas, certos momentos...
Você aprende a não ter pressa, e, entende que nada acontece por acaso. Que pessoas não surgem em seu caminho por acaso e tampouco saem por nada.
Aprende que um um dia, uma hora, um minuto, um segundo é pouco. É raro.
Você passa a entender que, se faz necessário a conquista e então, passa a correr atrás do melhor para si, por mais que o seu caminhar seja árduo ou difícil - você acredita em si e prossegue!
E passa a conhecer-se e a lutar por algo que te faz melhor. Sobretudo, agarra-se a uma fé que nem mesmo você a entende de tão contagiante! Porque com ela você vê além e a enxergar o belo e reconhecer a beleza e a realeza nas coisas simples.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Orações para Bobby - resenha

E se você tem crenças as quais não sabe ouvir algo além do que acredita; não quer conhecer mais sobre determinada coisa que “abomina”, então você é ignorante e julga o outro e não o quer por perto...

Orações para Bobby é um filme baseado em fatos reais.
Bobby parecia um adolescente “perfeito” para sua família. Contudo, ao descobrir sobre sua identidade sexual – passa a condenar-se. Sua mãe tenta curá-lo (terapias e orações) a fim de que possa ser redimido pelo seu “Deus”, o qual segundo ela e sua igreja, abomina a homossexualidade.
É impossível não se emocionar com o filme. Bobby teme a Deus, mas o conhece segundo o que lhe disseram: “que a Bíblia condenará por ser como o é e que ele deve mudar...”
Bobby enfrenta sua mãe e quer ser livre! Mas, inseguro, por tudo que o aconteceu, pelo abandono de sua mãe, Bobby só consegue imaginar que não é uma pessoa boa e pura e tira sua própria vida.

É surpreendente, a busca por respostas por sua Mãe Mary; ela tenta e procura entender por quê Bobby se foi e se ele está salvo! Mary busca ajuda e se envolve num grupo de apoio de Pais, Família e Amigos de Lésbicas e Gays e desde então passa a lutar pelos direitos de gays.
Em uma de suas falas, Mary diz: “Eu sei porque Deus não ‘curou’ o meu filho. Ele não o curou porque não havia nada de errado para ser curado”.


Assista ao filme: Orações para Bobby

sábado, 22 de agosto de 2015

Sobre bondade

Apesar de tudo eu ainda creio na bondade humana. (Anne Frank)

E é difícil ver a bondade no outro, lá fora ou perto de nós... Ás vezes até chegamos a pensar que não existe, não é? Não existe mais amor, não existe pequenos gestos ou pequenas atitudes que nos faça mudar de ideia quanto a existência destes sentimentos. Ela não se extinguiu – a bondade existe! 
Dia desses vi um motorista fechando a rua, para que uma mãe e seu filho passasse na faixa de pedestres. Ainda vejo pessoas ajudando uma pessoa com deficiência, seja em qualquer atitude, até no ato de atravessar a rua. Vejo idosos recebendo ajuda de alguém. Vejo gestos de carinho e amizade. Não falo de amizades que se dizem existir em alguns momentos... falo de amizades de todos os momentos (posso dizer que tenho algumas poucas deste segundo tipo). Existe pessoas que doam sangue ou até seus órgãos (mensalmente, anualmente) – eles doam vidas, salvam vidas! E isso não é fantástico? Sim, a bondade existe. 
Ela está perto, ela é presente. Ela pode ser/estar até presente em nós.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Gratidão,

Tudo o que eu vivi me trouxe até aqui e sou grata a tudo, invariavelmente. Curvo meu coração em reverência a todos os mestres, espalhados pelos meus caminhos todos, vestidos de tantos jeitos, algumas vezes disfarçados de dor.
Eu mudei muito nos últimos anos, mais até do que já consigo notar, mas ainda não passei a acreditar em acaso.



Ana Jácomo

terça-feira, 21 de julho de 2015

Tens muitos motivos para sorrir

           
                  Preciso de seis cordas de aço ou náilon. Uma boa música, em alto e bom som, daquelas que alcançam a alma. Um livro – seja aventura ou uma boa ficção, um romance de tirar o fôlego e, ah!, nos faça suspirar! Daqueles que não nos deixam fechar o livro ou guardar a página seguinte, porque, enfim, não dá pra esperar! Um computador, notebook ou lápis e folha, de preferência com linhas; caso não estejam nada disso por perto – um guardanapo ou folha de rascunho também servem!
            Coisas visíveis, palpáveis, que, depois de seres vivos, humanos ou aquelas pequenas borboletas lindas, soltas e livres, são as coisas mais interessantes que tomam minha atenção e meu ânimo.
            Um acorde, uma boa melodia. Um sonho distante. Pensamentos a dois, a três... Sonhos íntimos ou coletivos; uma peça pensada num dia de domingo, a tarde – você, sua família, seu animalzinho de estimação... Você, sua cama, o cheiro da casa antiga, o lençol de sua mãe, o olhar de seu pai quando lhe aprova algo.
            De vez em quando você esquece-se das coisas simples. É bom lembrar de coisas assim. Não é entediante pensar no que nos faz bem, o contrário sim. Lembra-se de seu primeiro livro? Eu me lembro do meu, mas não o tenho mais. Penso que se você guardar um livro na cabeceira de sua cama seja ele qual for, o de preferência seu predileto, você não nunca irá se sentir entediado. Experimente!
            Precisa de um motivo para sorrir? Mas você tem vários ao seu redor! Não perca isso. Não, não deixe isso morrer!


“Grandes coisas fez o Senhor por nós, pelas quais estamos alegres.”

Salmos 126:3

terça-feira, 7 de julho de 2015

Forró e Paixão - Trio Virgulino



Um pouco de regionalismo nunca fez mal,


...o forró que aprecio ouvir.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dar vida a vida

            Sempre me perguntei como podemos ser mais seguros no que queremos. Não basta só correr atrás. É preciso agarrar-se! Talvez a vida exija mesmo um pouco de sorte.
            Ela exige que suguemos mais e mais de nós mesmos... Até no que mais desejamos e naquilo que almejamos ser ou realizar.
Sempre ouvi do meu pai, que se queremos algo, devemos “correr atrás!” 
            Ele fala isso, e com toda certeza, acredita e sempre acreditou em dias melhores. Sabe que tudo, pode sim, estar ao seu (nosso) alcance.
Só queria ao menos, ter a certeza, de que terei a mesma ousadia, a mesma força e garra em mim mesma e naquilo em que acredito.
            É pareço ter razões para desistir... Talvez até surjam umas e outras. Mas ninguém disse que estar aqui, na terra, em meio a tantas coisas, seria fácil. Já ouvi alguém dizer que “viver é o maior presente que temos”. E talvez seja mesmo. Tenho certeza disso! Algumas pessoas só existem – fazem da vida ou nada fazem para dar vida a vida que têm.
            Só quero é seguir acreditando em mim e no que sou capaz. Ter esta mesma fé de alguns que são mais fortes que eu. Daqueles que querem mudar, recuperar-se, reviver novamente, ou superar-se. Quero continuar crescendo. Quero ver o brilho nos olhos daqueles que acreditaram em mim. Mas, preciso ser mais forte. Sim, porque sinto, algumas vezes, minhas forças esvaírem-se.

sábado, 18 de abril de 2015

proposta/carta a ONU e aos Direitos Humanos

A seguinte carta se refere a uma proposta de atividade de uma disciplina da universidade. O prof. nos propôs, após uma aula bastante interessante e rebatedora de reflexões, escrevermos uma carta aos representantes da ONU, bem como dos Direitos Humanos, sobre o tratamento recebido pelas mulheres muçulmanas.



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Natal, 12 de março de 2015

Aos Senhores e Senhoras da ONU e Direitos Humanos,



      Não vivi a antiguidade, nem tampouco épocas milenares relatados nos livros sagrados. Vivi e estou vivendo dias de medo, repúdio, “desgosto” pela vida e pelo homem neste lugar chamado Irã.
     Vivo num continente em que a mulher conquistou espaço através da luta sim, mas que me vanglorio por isso. Foram conquistas e são ainda vitórias diárias contra o preconceito e questões de gênero. E somos reconhecidas pelo nosso valor. Aqui, no Irã, as mulheres não são tratadas como gente; não tem voz, não têm direitos ou liberdade.
Pergunto-lhes até onde o poder, o dever e a palavra da ONU e dos Direitos Humanos podem chegar? Aqui, nada chegou.
         E elas não são Humanas? Não merecem respeito ou atenção das autoridades, de segurança?
Para os homens daqui, não!
      Eles vivem e seguem suas vidas como alguém pediu que vivessem. Seguem normas, leis e preceitos de que a mulher é objeto, submissa. Nada são.
        Eu sei que os Senhores podem tomar providências, pode mudar o que vem tentando mudar. O que falta para isso? Não há justificativas. O dever é claro: lutar, defender o direito do homem, e isso cabe a todas as nações – sem distinção de cultura, credo ou cor.
         Somos humanos. Elas, estas mulheres são humanas também.
      Não consigo compreender a ideia de que o futuro não chegou para elas. O futuro, o presente século XXI está aqui – mas o passado às destrói.
      Vejo nos olhares encobertos, o medo. Vejo todos os dias mulheres apressadas e cabisbaixas. Meninas e mulheres que não falam – mas expressam no olhar o silêncio de um grito de socorro.
         Não sei até quando. Respondam-me, até quando irá persistir tal injustiça?
         Aqui, eu não sinto medo. O meu sentimento é de incapacidade.
Qual o de vocês?
Grata,


Elisângela Feitosa.

terça-feira, 7 de abril de 2015

Potinhos - A Banda Mais Bonita da Cidade



Ponha um daqueles potinhos
Com água e açúcar
Em que o beija-flor vem beber...

domingo, 8 de março de 2015

Meu Ideal Seria Escrever... (Rubem Braga)

(Gostei muito desta crônica - da obra: "A traição das elegantes").



Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está doente naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse -- "ai meu Deus, que história mais engraçada!". E então a contasse para a cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa, enlutada, doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria -- "mas essa história é mesmo muito engraçada!".

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada com o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera a minha história chegasse -- e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que o comissário do distrito, depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aqueles pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse -- "por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!" . E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa, na Nigéria, a um australiano, em Dublin, a um japonês, em Chicago -- mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: "Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou por acaso até nosso conhecimento; é divina".

E quando todos me perguntassem -- "mas de onde é que você tirou essa história?" -- eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: "Ontem ouvi um sujeito contar uma história...".

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

sexta-feira, 6 de março de 2015

Das minhas fraquezas

Hoje é o seu aniversário. E não consegui falar mais que “feliz aniversário”.

Já se passou do meio dia, e agora que eu te liguei.
Depois te atender minha ligação, eu só pedi que ficasses na linha e escutasse algo.

Perdoe-me por não conseguir oferecer mais que um áudio mensagem.
Perdoe-me por não dizer o que aquela voz desconhecida estava a te falar... Se eu tivesse ai, seria o mesmo – ficaríamos naquele abraço demorado e nada mais.
Agradeço a Deus por sua vida. Peço a Ele, por sua saúde e felicidade.

Eu só queria dizer o quanto o amo. O quanto és especial; o quanto admiro por toda a vida que tivestes.

Feliz aniversário Pai, meu herói sem capa.


Parabéns pelo ser extraordinário que és.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

deixe-nos ser!

            Um turbilhão de ideias malucas e sentimentais o bastante para nos fazer chorar sem motivo algum, aparente. O que queremos nestas horas é pensar seriamente quais motivos nos levam mesmo a ficar assim? Ah, não nos venham dizer que são somente os hormônios, porque não deve ser a toa que muitas situações só acontecem ou afloram nestes dias!
            E dizem ainda ter tratamento para isto: são quatro fases da TPM... E nossa, para mim, não há pior momento, que aquele em que as pessoas ao nosso redor não entendem o que se passa conosco e passam a nos julgar – seja como fracas ou sensíveis demais, demasiadamente insuportáveis! E já falam logo ‘só pode tá na TPM!’
            Se há uma fase boa, é aquela em que sentimos uma vontade louca de comer chocolate! Nossa, eu amo isso! Se tem leite condensado no armário, corro e faço um brigadeiro de panela; se estou sem isso, exijo um Baton a qualquer hora! (risos’), não quero nem saber de dieta ou açúcar! Eu só quero o meu chocolate!
            É lamentável as discussões nestes períodos em que estamos sensíveis. Nossa...! Quando sei que me chateio demais ou que estou frágil a qualquer coisa ou julgamento crítico, já sei. Ou melhor, não há como evitar, ficamos chorosas e ah! Vocês sabem... desabo logo.
Noutro dia, eu estava numa ligação (meu namorado e eu), e, nossa – estávamos conversando sobre irmos almoçar fora. Eu me chateei por algo muito simples. Não queria voltar sozinha para casa... Não queria passar só 1 hora com ele, somente àquela hora do almoço e, então decidi não ir! (Minha desculpa não foi somente essa, nós dois tínhamos coisas a serem feitas – estudar e enfim, devíamos mesmo não nos ver naquele dia). Mas discutimos, porque ele disse que eu queria que as coisas fossem somente da minha maneira, e enfim, me despedi e desliguei o telefone. Mas não sei como, a ligação voltou (desliguei e redisquei, sem perceber) e naquele momento... Ah! Eu estava a chorar e a me perguntar por que é tão difícil?! (risos)’ por que era tão difícil controlar isso, por que eu complicava tanto as coisas... E me mutilava por aquilo e muitas outras coisas...  O CELULAR ESTAVA LIGADO E ELE OUVIA TUDO! Eu voltei à ligação e fingi que nada tinha acontecido. Ele ouviu tudo e ‘perguntou o que estava acontecendo?’
– Não é nada! Não é NADA!
– Eu ouvi você chorando, ele disse.
O bom disso tudo é quando compreendem esta fase. E simplesmente nos apoiam. Acho que não precisamos anunciar: ‘me entendam e me aceitem assim, estou numa fase!’ Nada disso... Que entendam e aceitem quando estamos assim!
Lya Luft diz na Canção das Mulheres: “Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ''Olha que estou tendo muita paciência com você!”
E ainda,
“Que se eu eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.”
            Já não bastasse isso, tem as dores! E elas vêm de diversas formas... Cabeça, pernas, e a temível cólica!
            E ainda, aquele momento em que estamos mesmo estressadas e nos chateamos por coisinhas...

Não sei o que me motivou escrever sobre isso, mas eu quis expressar ou desabafar um pouco da mente de uma adolescente/mulher. Passamos todas por isto.

E se você que está lendo, é um homem, por favor, por obséquio, por gentileza, ‘please’ mesmo: pensem nisso... Não queremos que tudo seja assim tão complicado para nós e às vezes, aborrecedor para vocês, mas por alguma razão universal, interestelar ou mundial o é.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

~ Ana Jácomo


"A fé é um exercício pra vida inteira. Muitas e muitas vezes, eu me distancio incrivelmente dela, achando que posso resolver tudo sozinha. Não é raro nessas ocasiões, na verdade é bastante comum, eu me atrapalhar toda num turbilhão de emoções que me drenam a energia e o sorriso. Mas, toda vez que consigo acessá-la, de novo, tudo se modifica e se amplia na minha paisagem interna. (…) Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: “Tomara que as nossas vontades coincidam”. Faço o que me cabe e confio que aquilo que acontecer, seja lá o que for, com certeza será o melhor, mesmo que algumas vezes, de cara, eu não consiga entender."

Ana Jácomo






Moinho em campo florido - Wen Yao Hsiao (pintou com a boca)



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Foco

Atrás das nuvens há um céu azul
           

       Gostaria de saber qual fora o plano traçado para meu viver. Sim, há dias em que passa por mim a preocupação de como será daqui alguns meses, alguns anos.
Não sei se isso é o mal do fim de mais um momento, uma estação. Deixe-me explicar melhor... Este ano termino a graduação! E ai?! O que será depois? Acho que não é somente eu quem sofre com isso; esse sofrimento desmedido por antecipação é natural em todos nós. Sempre haverá alguém preocupado demasiadamente, tentando descobrir como será no final de alguma coisa, fase ou momento.
  Penso comigo, que isso seja mesmo características daqueles que não têm autoconfiança.
É. Talvez.
    Mas, resido no sentimento de que há um plano e de que devo traçá-lo confiante, meio confiante, ou, nada confiante, contudo, devo traçar. Oportunidades virão; viver é uma! A força vem de dentro de nós, de algo maior que há em nós – o Grande Arquiteto do Universo, Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
    Só precisamos de determinação e coragem, uma mistura de ousadia e humildade; fé e foco naquilo que queremos, sonhamos ou pretendemos.
     Saber que, foi e é uma vitória todas as conquistas e persistir naquilo que almejamos me conforta. Os sonhos depois daqui não serão extintos. Não é que seja GAME OVER! Ainda temos os sonhos que darão continuidade depois de um diploma. Porque este será um dos diplomas, é só mais um – tenho sede de alguns outros.

           Descobri esta frase por um acaso, da Ana Jácomo: "[...]eu não tenho muitas respostas. O que eu tenho é fé. E uma vontade bonita, toda minha, de crescer." 



domingo, 11 de janeiro de 2015