sábado, 18 de abril de 2015

proposta/carta a ONU e aos Direitos Humanos

A seguinte carta se refere a uma proposta de atividade de uma disciplina da universidade. O prof. nos propôs, após uma aula bastante interessante e rebatedora de reflexões, escrevermos uma carta aos representantes da ONU, bem como dos Direitos Humanos, sobre o tratamento recebido pelas mulheres muçulmanas.



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Natal, 12 de março de 2015

Aos Senhores e Senhoras da ONU e Direitos Humanos,



      Não vivi a antiguidade, nem tampouco épocas milenares relatados nos livros sagrados. Vivi e estou vivendo dias de medo, repúdio, “desgosto” pela vida e pelo homem neste lugar chamado Irã.
     Vivo num continente em que a mulher conquistou espaço através da luta sim, mas que me vanglorio por isso. Foram conquistas e são ainda vitórias diárias contra o preconceito e questões de gênero. E somos reconhecidas pelo nosso valor. Aqui, no Irã, as mulheres não são tratadas como gente; não tem voz, não têm direitos ou liberdade.
Pergunto-lhes até onde o poder, o dever e a palavra da ONU e dos Direitos Humanos podem chegar? Aqui, nada chegou.
         E elas não são Humanas? Não merecem respeito ou atenção das autoridades, de segurança?
Para os homens daqui, não!
      Eles vivem e seguem suas vidas como alguém pediu que vivessem. Seguem normas, leis e preceitos de que a mulher é objeto, submissa. Nada são.
        Eu sei que os Senhores podem tomar providências, pode mudar o que vem tentando mudar. O que falta para isso? Não há justificativas. O dever é claro: lutar, defender o direito do homem, e isso cabe a todas as nações – sem distinção de cultura, credo ou cor.
         Somos humanos. Elas, estas mulheres são humanas também.
      Não consigo compreender a ideia de que o futuro não chegou para elas. O futuro, o presente século XXI está aqui – mas o passado às destrói.
      Vejo nos olhares encobertos, o medo. Vejo todos os dias mulheres apressadas e cabisbaixas. Meninas e mulheres que não falam – mas expressam no olhar o silêncio de um grito de socorro.
         Não sei até quando. Respondam-me, até quando irá persistir tal injustiça?
         Aqui, eu não sinto medo. O meu sentimento é de incapacidade.
Qual o de vocês?
Grata,


Elisângela Feitosa.

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