quarta-feira, 27 de junho de 2012

Violeta, anil, azul, verde, amarelo, laranja e vermelho.


“Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde a gente chegar
Num pedaço de qualquer lugar...”.

No final de nossa caminhada, vimos o arco-íris.
Muito bom, pois posso dizer que não foi um Dia Branco. Foi tudo natural. Primeiro o receio de vê-lo depois de tanto tempo. Amigos somente via voz (ligações de horas a fio), porque outrora, não erámos. Ele dizia que não ficaria sem graça quando me visse. Pelo que pude perceber, ele é que estava mais sem graça que eu! Aaiai, primeiro ao telefone, para não perdermos a mania, nos falamos até o último instante antes de nos olharmos.
Passos longos, mas brandos; sem pressa, com emoções. Era uma tarde de terça. A véspera de sua ida. Para ele, eu não ligaria para encontrá-lo. Disse seguramente depois de uma mensagem, no entanto, querendo nada dizer: “Claro que irei vê-lo. Palavra de escoteira!”.
É o tipo de amizade que devo até ter medo de perdê-la. De tão sincera que é. A pessoa que me tira do sério – claro no bom sentido! Como ele mesmo diz: “já tomei a liberdade disso, daquilo”... Tomou a liberdade de me conhecer até quando nada faço ou digo.
Não conversamos mais que quinze minutos. O silêncio esteve presente em alguns momentos. Talvez fosse preciso. A certeza que tenho é que risos não faltaram. Outra certeza que tenho é não saber quando nos veremos novamente. Mas o arco-íris me fará lembrar-se daquela tarde. Pois todas as gotas de chuva refratam e refletem a luz do sol da mesma forma, mas somente a luz de algumas delas chega ao olho do observador.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Um pouco de Luís Fernando Veríssimo... Para se roubar um coração

Para se roubar um coração, é preciso que seja com muita habilidade, tem que ser vagarosamente, disfarçadamente, não se chega com ímpeto,
não se alcança o coração de alguém com pressa.
Tem que se aproximar com meias palavras, suavemente, apoderar-se dele aos poucos, com cuidado.
Não se pode deixar que percebam que ele será roubado, na verdade, teremos que furtá-lo, docemente. Conquistar um coração de verdade dá trabalho,
requer paciência, é como se fosse tecer uma colcha de retalhos, aplicar uma renda em um vestido, tratar de um jardim, cuidar de uma criança.
É necessário que seja com destreza, com vontade, com encanto, carinho e sinceridade.

Para se conquistar um coração definitivamente
tem que ter garra e esperteza, mas não falo dessa esperteza que todos conhecem, falo da esperteza de sentimentos, daquela que existe guardada na alma em todos os momentos.
Quando se deseja realmente conquistar um coração, é preciso que antes já tenhamos conseguido conquistar o nosso, é preciso que ele já tenha sido explorado nos mínimos detalhes,
que já se tenha conseguido conhecer cada cantinho, entender cada espaço preenchido e aceitar cada espaço vago.
...e então, quando finalmente esse coração for conquistado, quando tivermos nos apoderado dele, vai existir uma parte de alguém que seguirá conosco.

Uma metade de alguém que será guiada por nós
e o nosso coração passará a bater por conta desse outro coração.
Eles sofrerão altos e baixos sim, mas com certeza haverá instantes, milhares de instantes de alegria.
Baterá descompassado muitas vezes e sabe por que?

Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio, esse coração chamará a sua outra parte e alguém por vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou furtá-la nos entregará a metade que faltava.
...e é assim que se rouba um coração, fácil não?
Pois é, nós só precisaremos roubar uma metade, a outra virá na nossa mão e ficará detectado um roubo então!
E é só por isso que encontramos tantas pessoas pela vida a fora que dizem que nunca mais conseguiram amar alguém... é simples... É porque elas não possuem mais coração, eles foram roubados, arrancados do seu peito, e somente com um grande amor ela terá um novo coração, afinal de contas, corações são para serem divididos, e com certeza esse grande amor repartirá o dele com você.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Pensamento que os une


Com rapidez ela estava à procura do seu número na agenda telefônica. E de repente, ele liga primeiro. Ela só queria dizer que estava mais próxima dele do que ele imaginava. E então se sentiram ali mais próximos ainda. Ela disse: “para o carro”. Ele parou. Ela não pensou duas vezes para puder descer daquele táxi. E ali, no meio da rua, sem prestar atenção no tempo, ou nas pessoas, eles se abraçaram! Abraçaram-se como nunca mais. Ela não sabia quando iria puder fazer aquilo novamente. Somente fez.
Foi o ultimo toque. O ultimo abraço real. O ultimo beijo. Não fizeram promessas. Não deram “tchau”, nem adeus! Foi tão-somente “Até logo!”.
E partiram cada um para seu destino, para suas obrigações de cada dia. Refletiram então, juntos que iriam a qualquer dia, e não em um dia qualquer, verem-se mais uma vez. E não uma vez mais.


sexta-feira, 1 de junho de 2012

A invenção de Hugo Cabret

"[...] Se você perde seu propósito… é como se você estivesse quebrado.”