A vida é mesmo
engraçada. Às vezes achamos que tudo vai dar certo, mas acontece tudo errado;
outras vezes, estava tudo perdido, mas inexplicavelmente, o impossível
acontece.
Cada dia que passa
percebo mais que não sou eu a determinadora do meu futuro. Só tenho o hoje, só
o hoje.
E como disse Santo
Agostinho: “Tenho medo da graça que passa sem que eu perceba!”
Tenho medo de não
aproveitar a graça, o tempo que me é dado: o hoje. Tenho medo de que as minhas
falhas me impeçam de enxergar a beleza que está à minha volta e dentro de mim.
Costumo dizer que meus medos somente o meu Senhor conhece.
E a cada dia peço
insistentemente: “Senhor dê-me a graça de ser como Tu, porque não sou nada, sou
imperfeita, Papai se Tu queres, eu quero”.
Tenho apenas o
agora; o ontem já passou e nada posso fazer para mudá-lo e o amanhã ainda não
chegou. Posso viver apenas o hoje, por isso escolho ver a beleza dos meus
irmãos, das pessoas que estão ao meu redor, por mais curto que seja esse
momento, como também aquelas que estão distantes, mas com o seu olhar cuida delas
por mim; pessoas que eu preciso aprender a enxergar com outros olhos,
transformando dificuldades em belezas.
Ainda que o mundo
queira afirmar somente a “feiúra” nos erros, nas dificuldades e perdas, nos
sofrimentos e desilusões, também nas pessoas, há sim beleza em cada situação,
em cada pedra no caminho, em cada “não” que recebo, em cada pessoa que se foi –
porque para estas eu devo ter a certeza de que ainda as verei.
Não posso apenas me
prender nas belezas do passado. Lugares, pessoas e situações foram
maravilhosos, experiências incríveis; no entanto, belezas que seguiram seu
rumo, e eu o meu. Tenho medo de perder graças que possam passar por mi, sem que
eu perceba.
Deus me permitiu
viver tudo isso mas, meu olhar precisa estar fixo no hoje, na vontade d’Ele que
se chama “hoje”.
É preciso um
esforço consciente para não permitir que o sofrimento nos torne cegos à beleza
da vida. Sempre é possível recuperar a alegria de viver. É por isso que, todos
os dias ao acordar, gosto de imaginar como Papai sorria(primeiro abro a janela,
escuto os pássaros, o barulho das folhas e olho para o céu – assim O vejo) e
como Ele ainda ri de mim, das minhas inseguranças, dos erros que, muitas vezes,
não consigo esquecer, mas que Ele há muito já apagou.
Quero que meu
sorriso brilhe para aqueles que não vêem mais sentido em sorrir.
“Se, portanto,
existe algum conforto em Cristo, alguma consolação no amor, alguma comunhão no
Espírito, alguma ternura e compaixão, completai a minha alegria, deixando-vos
guiar pelos mesmos propósitos e pelo mesmo amor, em harmonia buscando a
unidade” (FL 2,1).
Um comentário:
Não é tarefa fácil expor as entranhas. Parabéns pelos textos! Adorei conhecer seu cantinho e obrigada pela visita. bjs. Marcela (do Miscelânea Cultural).
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