Dia
desses, eu refletia sobre isso da gente envelhecer – eu não falo somente do físico,
mas esse conjunto de coisas, inclusive a passagem dos anos. Eu pensava: “que se
a passagem do ano é inevitável, envelhecer é minha escolha”.
Tipo
isso: se eu recuso me abrir ao novo, as possibilidades, àquilo de que me deixa
viva/o, ou ainda quando evito descobrir/saber o que me fará feliz e completa/o;
recuso ser uma pessoa saudável e que se preocupa com o bem estar físico e também
mental; se por acaso sou alguém que simplesmente parou no tempo, seja para
novos conhecimentos, novos conceitos, a aceitar, que só reclama e reclama, que aponta os erros dos outros e que dá ibope a maldade, que não consegue tolerar e compreender a
diversidade enfim, se sou alguém que se orgulha de ser mesquinha/o, orgulhosa/o,
intolerante, fechada/o ao novo. Isso pode sim, de fato envelhecer qualquer
máquina que parou no tempo, e não há nenhuma fórmula ou algo parecido com o “Caso de Benjamin Button” – história de um homem que nasce
idoso e rejuvenesce à medida que o tempo passa.Parece algo fictício demais, não é? Contudo, essa síndrome existe, chama-se Progeria. Porém, diferente do filme em que o personagem regride sua idade, quem tem essa doença rara não irá regredir.
As
vezes alguém tem que chegar ou até mesmo algo tem que acontecer, para enfim
percebermos que na verdade não podemos permanecer intactos ao tempo e/ou a esta
misteriosa e encantada passagem do tempo. Percebe como tudo isso as vezes passa
por nós e, por vezes, nem nos damos conta do quanto envelhecemos quando não aceitamos
reconhecer nossa maturidade e aprendemos com erros e acertos; com quedas e
sucessos; quando negamos a autoavaliação; quando permitimos certas noções
inibirem quem somos, quem desejamos ser; quando permitimos nos moldar com essas
tantas coisas que dizem e que a mídia nos põe a frente.
Gosto
de pesquisar sobre certas indagações minhas, isto é, quando longe de mim há alguém
que queira responder ou discutir sobre algo, vou ao Google.
Procurava pela definição
de Calendário:
Def.: “Calendário é um sistema para contagem e agrupamento de dias que visa a atender principalmente às necessidades civis e religiosas de uma cultura. A palavra deriva do latim calendarium, "livro de registro", que, por sua vez, deriva de calendae, que indicava o primeiro dia de um mês romano”.
É interessante pensar
que tal invenção marca e controla, de certa forma, nossa vida. A cultura diz
que é assim... então farei isto e aquilo!.
Percebe o quanto isso é notório?
Isso de seguirmos regras, pré-noções e parece que passamos a levar isto por
toda a vida. O processo de perceber que somos livres, autônomos, independentes
é demorado e as vezes nem acontece.
Essa semana, voltou
aquela onda de mensagens via WhatsApp sobre as coisas de 10-20 anos atrás. Tipo
as brincadeiras, jogos, objetos enfim. As pessoas comentavam “ah, como isso era
bom!”, “ah, os tempos mudaram...", ou ainda, “nossa, as coisas era tão
diferentes de hoje em dia, queria isso novamente”.
É engraçado como as
pessoas repetem isto, este tipo de discurso como se as coisas atuais, não
valessem a pena, ou como se nada que fizemos ou evoluímos merece admiração e
reconhecimento. Se fecham a mudanças, ao novo, a descobertas, ao essencial de
cada coisa – quando reproduzem certos conceitos/preconceitos. Porque o mundo tem que ser igual se mudamos a cada dia? Hoje não sou a mesma que ontem, concorda? Seria estranho se eu fosse - estamos em constante mudança e, não pode ser diferente com as coisas a nosso redor!
Ainda podemos mudar e
modificar esse jeito de pensar. O modo como encaramos as coisas, os desafios,
as possibilidades e oportunidades. Encarar até mesmo essa mídia mesquinha que
lhe diz que você precisa ser isso e aquilo. Encarar essa cultura de ódio ao
diferente e a tolerar a diversidade de cultura, religião, orientação sexual, identidade e genêro - a aceitar as
pessoas no seu modo de ser e pensar. Ainda há tempo de não esperar o tempo
passar. De descobrir, redescobri e reinventar nossa própria vida, nossos
relacionamentos em sociedade, nossos sonhos e objetivos, nossos planos.
Fiz 24 anos
hoje. São, deste modo – de acordo com essa coisa chamada calendário: 288 meses,
equivalente a 8760 dias) acertando e errando, por vezes caindo, mas também seguindo aquilo que acredito que vale a pena, amadurecendo, aprendendo, sonhando, conquistando, buscando o conhecimento e por vezes disseminando um
pouco dele, procurando enxergar os detalhes de cada coisa que realmente importa, amando e cuidado, (me) descobrindo e redescobrindo - reinventando, enfim estou por aqui e sou grata a isso.
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