quarta-feira, 19 de março de 2025

A volta à sala de aula (E o vovô da turma)

Voltar a estudar depois dos 30 não é só sobre abrir um caderno novo. É sobre abrir espaço dentro de si mesma.

Você já tem uma caminhada — diploma na mão, especializações no currículo, uma profissão construída com esforço e propósito. Já viveu o mundo do trabalho, já ocupou seu lugar, já ajudou muita gente a encontrar o próprio caminho.


E ainda assim, aqui está você. Começando de novo.


Não porque faltava algo, mas porque faltava esse algo. A inquietação boa, o desejo de aprender uma nova linguagem, de atravessar fronteiras que antes pareciam distantes — e agora são desafio e combustível.


No primeiro dia de aula, você chega com sua mochila e sua coragem. Olha ao redor: rostos jovens, bem jovens. Alguns ainda no ensino médio, outros recém-saídos dele. Conversas rápidas, sorrisos tímidos ou agitados, nervosismo disfarçado de distração.


E então, lá no fundo, um senhor. Cabelos brancos, passos tranquilos. Um olhar que já viu muito, mas ainda quer ver mais.


O vovô da turma, você pensa, e sorri por dentro.


E nessa sala, cheia de idades e mundos diferentes, você percebe: não existe idade certa para aprender. Existe vontade. Existe coragem. Existe a humildade de se sentar em uma carteira e dizer: "Sim, eu tenho bagagem. Mas ainda quero mais."


Começar uma nova área — como a tecnologia — é um pouco como mudar de planeta. Tudo é estranho no começo: termos novos, conceitos que desafiam, sistemas que parecem falar outra língua. Mas você sabe, com a maturidade de quem já percorreu outras estradas, que a travessia vale a pena.


Porque agora o aprendizado vem com outra motivação. Não há mais a ansiedade de agradar, a cobrança de provar algo pra alguém. Você estuda por escolha, por desejo, por visão de futuro.


E isso, ah, isso faz toda a diferença.


Entre anotações, risos contidos e lembretes no celular, você descobre que aprender nunca foi tão bonito. Porque agora você escuta mais, observa mais, entende o valor do tempo e da troca. Você aprende com quem ainda está descobrindo o mundo… e com quem já viveu o bastante pra te ensinar com silêncio e presença.

E que honra é essa, né? Aprender com quem ainda tem todo o tempo do mundo, e com quem já viveu o bastante pra saber que nunca é tarde pra tentar.


Essa sala de aula — com seus adolescentes, seus profissionais em transição, seu vovô curioso — é uma mistura linda de possibilidades. E você está exatamente onde deveria estar.


Porque recomeçar com consciência e coragem é um dos atos mais poderosos que alguém pode fazer por si.

E você está fazendo isso.


Com tudo o que já foi… e tudo o que ainda quer ser.

quinta-feira, 13 de março de 2025

A Mãe que trabalha em casa (ou tenta)



Ser mãe que trabalha em casa parece, à primeira vista, uma ideia genial. Afinal, você vai poder conciliar tudo: trabalho, filhos, casa, estudos, tempo de qualidade em família, refeições equilibradas, unhas feitas e meditação matinal, né? Só que não.

A realidade é que ser mãe empreendedora, pesquisadora, dona de casa, esposa, terapeuta emocional, nutricionista improvisada e contadora de histórias ao mesmo tempo dá um cansaço que nem o café mais forte resolve.

Agora, coloque nessa equação um filho doente.

Pronto. Bem-vinda ao modo sobrevivência.

Você está lá, tentando gravar um vídeo, escrever um relatório, terminar aquele projeto importantíssimo e… atchim! Vem o primeiro chamado: “mãããe, tô com febre!”. Em minutos, a casa se transforma em um misto de enfermaria com playground desorganizado, onde o termômetro é rei e o trabalho vira algo que você tenta fazer entre uma colherada de antitérmico e outra.

O computador aberto na mesa da cozinha, a chamada de vídeo que você tenta manter com dignidade enquanto segura uma criança no colo e oferece água para a outra. E aí… plim! — o Notion avisa: “Lembrete: reunião às 14h”.

Você respira fundo. Quatorze horas? O termômetro marca trinta e oito e meio, a roupa do corpo é a terceira do dia, e o cabelo já desistiu da aparência. Você abre o Notion e marca: “Adiar”. Porque hoje o compromisso mais importante é estar ali.

Mas, no meio do caos, há beleza.

Porque essa mãe que trabalha em casa, mesmo cansada, esticada ao limite da sanidade, segue. Com olheiras e amor. Com a agenda bagunçada, mas o coração cheio. Ela dá conta do que importa.

Ela sabe a hora de pausar o trabalho para fazer um carinho, de virar a madrugada com termômetro na mão, de transformar o almoço improvisado em um momento de acolhimento. E no outro dia? Ela recomeça.

Nem sempre com tudo pronto. Nem sempre com tudo no lugar. Mas com uma força que, honestamente, só mãe tem.

Então, se hoje o dia foi difícil, se o trabalho não andou, se os filhos precisaram de você mais do que o mundo lá fora, respira. Você deu o seu melhor.

Porque no fim das contas, trabalhar em casa sendo mãe é uma ginástica emocional e física, com zero tempo livre e aplausos silenciosos — mas o impacto é gigante. Nos seus filhos. No seu lar. E em você mesma.

Você não é “só” mãe. Você é tudo ao mesmo tempo. E mesmo que ninguém veja, você está fazendo um trabalho extraordinário.

Coragem, mãe. Amanhã tem mais. E você vai continuar dando um show — mesmo de pijama, com um pouco de pomada antitérmica na blusa e o Notion piscando no fundo.

sábado, 8 de março de 2025

Para todas as mulheres que correm com os lobos


Hoje é o dia da Mulher. Mas ser mulher é mais do que uma data, é um caminho. Um caminho de força, de resiliência, de luta e, acima de tudo, de reconexão com quem realmente somos.

Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos, nos lembra da Mulher Selvagem, aquela que vive dentro de nós, que sabe, que sente, que pressente. Mas, ao longo da vida, quantas vezes nos afastamos dela? Quantas vezes fomos ensinadas a silenciar nossa voz, a nos encaixar, a caber em espaços que não nos pertencem?

A boa notícia é que essa mulher nunca desaparece. Ela dorme dentro de nós, esperando o momento de despertar. Esperando que a gente lembre que somos fortes, instintivas, criativas, donas do nosso próprio caminho.

O mundo tenta nos domesticar, nos moldar, nos dizer o que podemos ou não ser. Mas, como diz Clarissa: "Ser nós mesmas causa medo em muita gente. A melhor resposta a isso? Assustar mais algumas pessoas."

Então, hoje, celebre quem você é. A mulher que resiste, que cria, que renasce a cada desafio. A mulher que carrega histórias, que transforma dor em força, que se recusa a ser menos do que nasceu para ser.

Que possamos correr com os lobos, dançar ao som da nossa própria verdade e nunca mais duvidar do poder que existe dentro de nós.


Feliz da da mulher!

quinta-feira, 6 de março de 2025

Para meu Pai, no seu dia

 


Hoje é o dia dele. Do homem que me ensinou tanto sem precisar de grandes discursos, apenas com o jeito de viver.

Meu pai me ensinou a verdade – não aquela que muda conforme a conveniência, mas a que se sustenta na honestidade e no caráter. Me ensinou a simplicidade – a ver valor nas coisas pequenas, no que realmente importa. Com ele, aprendi que família é laço, é porto seguro, é lugar onde sempre podemos voltar.

Foi ele quem me mostrou, nos gestos do dia a dia, que desistir nunca é uma opção. Que cair faz parte, mas levantar é essencial. Que ser forte não significa nunca sentir medo, mas seguir em frente apesar dele.

E acima de tudo, meu pai me ensinou a ser eu mesma. A não precisar me moldar para caber em espaços que não me pertencem. A viver com autenticidade e com coragem.

Hoje, no seu aniversário, quero agradecer por tudo isso. Por ser exemplo, por ser presença, por ser o alicerce de tantas coisas boas em minha vida.


Feliz aniversário, pai! Que a vida te retribua em amor tudo o que você já nos deu. 


Te amo!

terça-feira, 4 de março de 2025

Dias de descanso

 


Nem sempre descansar é sobre dormir até tarde ou viajar para longe. Às vezes, descanso é simplesmente respirar sem pressa, dar uma pausa nos pensamentos acelerados, soltar o peso invisível que carregamos no peito.

Descansamos do cansaço óbvio, dos dias corridos, das obrigações que parecem nunca ter fim. Mas também precisamos descansar daquilo que nos aprisiona — expectativas alheias, cobranças internas, aquela voz crítica dentro da nossa cabeça que nunca nos dá trégua.

O verdadeiro descanso não está só no corpo, mas na alma. Está no silêncio que acolhe, na música que embala, no livro que nos transporta, no tempo que nos permitimos simplesmente ser, sem a necessidade de produzir, provar ou justificar.

Então, que a gente aprenda a se dar esses momentos. Porque a vida exige demais da gente. E, para seguir em frente, é preciso saber parar.

domingo, 2 de março de 2025

Para minha Mãe, que é luz e força

 

Hoje é dia de festa, e não de qualquer festa: é o dia dela, da mulher que me ensinou tudo o que sei sobre amor, coragem e alegria. Minha mãe. Aquela que carrega no peito um lema simples, mas poderoso: "Feliz, alegre e forte".

E ela é exatamente assim. Daquelas pessoas que não se deixam abalar fácil, que enfrentam a vida de cabeça erguida e um sorriso no rosto, mesmo quando os dias são cinzentos. Ela ensina que felicidade é escolha, que a alegria está nas pequenas coisas e que a força não vem da ausência de desafios, mas da maneira como os enfrentamos.

Minha mãe é luz. É aquela presença que transforma qualquer ambiente, que acolhe, que resolve, que abraça forte e faz tudo parecer um pouco mais leve.

Hoje, no seu aniversário, não poderia desejar nada menos do que aquilo que ela espalha por onde passa: felicidade genuína, momentos alegres e uma força que continue guiando seus passos.

Mãe, que seu lema continue sendo sua verdade, que sua vida seja tão bonita quanto o amor que você espalha. Obrigada por ser esse exemplo de mulher incrível!

Feliz aniversário!

Te amo!