quinta-feira, 13 de março de 2025

A Mãe que trabalha em casa (ou tenta)



Ser mãe que trabalha em casa parece, à primeira vista, uma ideia genial. Afinal, você vai poder conciliar tudo: trabalho, filhos, casa, estudos, tempo de qualidade em família, refeições equilibradas, unhas feitas e meditação matinal, né? Só que não.

A realidade é que ser mãe empreendedora, pesquisadora, dona de casa, esposa, terapeuta emocional, nutricionista improvisada e contadora de histórias ao mesmo tempo dá um cansaço que nem o café mais forte resolve.

Agora, coloque nessa equação um filho doente.

Pronto. Bem-vinda ao modo sobrevivência.

Você está lá, tentando gravar um vídeo, escrever um relatório, terminar aquele projeto importantíssimo e… atchim! Vem o primeiro chamado: “mãããe, tô com febre!”. Em minutos, a casa se transforma em um misto de enfermaria com playground desorganizado, onde o termômetro é rei e o trabalho vira algo que você tenta fazer entre uma colherada de antitérmico e outra.

O computador aberto na mesa da cozinha, a chamada de vídeo que você tenta manter com dignidade enquanto segura uma criança no colo e oferece água para a outra. E aí… plim! — o Notion avisa: “Lembrete: reunião às 14h”.

Você respira fundo. Quatorze horas? O termômetro marca trinta e oito e meio, a roupa do corpo é a terceira do dia, e o cabelo já desistiu da aparência. Você abre o Notion e marca: “Adiar”. Porque hoje o compromisso mais importante é estar ali.

Mas, no meio do caos, há beleza.

Porque essa mãe que trabalha em casa, mesmo cansada, esticada ao limite da sanidade, segue. Com olheiras e amor. Com a agenda bagunçada, mas o coração cheio. Ela dá conta do que importa.

Ela sabe a hora de pausar o trabalho para fazer um carinho, de virar a madrugada com termômetro na mão, de transformar o almoço improvisado em um momento de acolhimento. E no outro dia? Ela recomeça.

Nem sempre com tudo pronto. Nem sempre com tudo no lugar. Mas com uma força que, honestamente, só mãe tem.

Então, se hoje o dia foi difícil, se o trabalho não andou, se os filhos precisaram de você mais do que o mundo lá fora, respira. Você deu o seu melhor.

Porque no fim das contas, trabalhar em casa sendo mãe é uma ginástica emocional e física, com zero tempo livre e aplausos silenciosos — mas o impacto é gigante. Nos seus filhos. No seu lar. E em você mesma.

Você não é “só” mãe. Você é tudo ao mesmo tempo. E mesmo que ninguém veja, você está fazendo um trabalho extraordinário.

Coragem, mãe. Amanhã tem mais. E você vai continuar dando um show — mesmo de pijama, com um pouco de pomada antitérmica na blusa e o Notion piscando no fundo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Você é especial, e da forma que enxerga as coisas que passam despercebidas aos nossos olhos a torna mais especial ainda. Creio que o nosso tempo é tão pouco para tantas atividades, que se formos analisar o quanto temos tempo para tanta coisa, entenderiamos que o nosso relógio é cronometrado exatamente para termos tempo para tudo.