Um dia me juraram amor eterno. Um dia pensei que nunca ficaria por muito
tempo longe das pessoas que mais amo - na verdade não queria acreditar ou
pensar nesta possibilidade.
- Hoje presenciei
algo que diria ser, ou conceituaria como vínculo do amor. Ao atender a uma
usuária em meu estágio, a mãe começou a chorar e abraçou seu filho; o pai
seguiu no corredor a acompanhar a criança e a mãe esbarrou-me de motivos para
aquela cena de comoção, ou “despedida”- por algumas horas. Ela simplesmente disse
que o filho havia lhe pedido que quando ele entrasse para sua cirurgia, ela
segurasse uma foto dele e não parasse de olhá-la, e ainda, segurasse bem forte
uma carta que escrevera.
Tentei com um pouco de calma e agarrando-me em minha coragem e firmeza,
que passei a adquirir com um tempo, segurei sua mão – pedi a ela confiança e fé,
ofereci um copo d’água e a ouvi; Ouvi sussurros e soluços descompassados.
Do pouco que me
recordo da infância, lembro-me das cartas escritas à mão nas datas
comemorativas, as mais caprichadas eram para eles, a razão do meu existir, meus
amados pais. Elas permanecem ali no armário do quarto deles, por vezes as pego
e atrevo a lê-las.
– Tem uma que a tia, deu uma pintura de um
herói, e na face, colaríamos o rosto de nossos pais... Ali está o rosto dele, o
meu herói sem asas.
Noutra, recebemos uma mãozinha,
para pintarmos e dentro escrevermos uma mensagem para nossas mães. E com letras “garranchadas”,
só havia uma frase: “Mãe eu te amo.”
Deveria dizer isso mais vezes...
Devo!
Um dia achei
que tinha perdido a fé. Ás vezes, as saudades me faz pensar assim. Mas quando
passo a lembrar dos meus sonhos, metas – revejo e firmo que valerá a pena.
Valerá a pena ouvir mães em prantos, por seus filhos serem acometidos a uma
doença, ver tantas crianças lutando na cura de um câncer, ou no tratamento da
púrpura; Valerá a pena passar dias para puder enfim, dar aquele abraço apertado
em meus pais e saber que para estes eu não cobrarei amor eterno, nem esperarei
juras... E saber que em meu sangue já sinto o AMOR ETERNO deles.
E
graças à fé, pequena eu sei, diante de toda imensidão do amor de Deus por mim,
que posso ver o amor maior em tudo. Procuro a cada dia, nos pequenos gestos
testemunhar esse AMOR.
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