O filme 50% conta a trama de um
jovem-adulto, Adam, que descobre ter um certo tipo de câncer raro - tumor na
coluna. Adam é escritor em um jornal, tem uma namorada artista e um amigo bem,
bem alto astral. Adam tenta se conformar com a notícia, apesar de nunca beber,
fumar ou fazer qualquer outra atividade nociva a saúde. Tenta levar sua vida como qualquer outra pessoa que tem 27 anos,
apesar do câncer.
Seus amigos e família o apoiam. A namorada
de Adam, no início tenta ficar a seu lado, mas o trai. E, graças a seu amigo
Kile, ele a deixa quando descobre que ela estava com outra pessoa.
O filme não é só mais um daqueles que nos
faz chorar com cenas dramáticas ou coisas do tipo. Vi no filme algumas
situações é claro, que nos faz pensar, refletir, lembrar de pessoas próximas
que já se foram, seja por um câncer ou outra doença.
E a gente se pergunta, mais e mais uma
vez, por quê coisas assim devem acontecer?
Vi também situações como aqueles
profissionais que tem o dever de cuidar e simplesmente não conseguem fazer. Na
cena que Adam vai ao médico saber dos resultados dos exames - o médico começa a
falar e falar... Nem ao menos olhou para ele. E podemos perceber o quão
"desumanizada" é a classe, que por muitas vezes não são treinadas
para lidar com sentimentos ou da arte de confortar. Acolher o paciente com
atendimento humanizado, onde se escuta e o faz compreender a real situação, sem
torná-lo ameaçador ou desesperador.
Adam conheceu uma terapeuta, Katerine,que o ajudou
muito, pelo menos tenta. Adam desconfia de sua competência, por ela ser nova
(24) ele perguntou sua idade na primeira consulta.
Mas é interessante a relação entre os
dois... A terapia o ajudou, as conversas a confiança entre profissional e
paciente é fascinante!
Sobre seu amigo, é lindo enxergar o amor
entre os dois. O cuidado que ele tem com Adam e o empenho e compromisso quando
ele passa a fazer parte do seu dia a dia em consultas, caminhadas e até nas
farras noturnas para "levantar o astral"!
Tem uma cena que o Adam vai a casa do Kile e ver um livro chamado "Unidos
contra o câncer" - um livro mais de autoajuda para familiares ou amigos
que convivem com pessoas com câncer. Adam então percebe que tem que lutar
contra a doença.
Contudo, há momentos que Adam também se
entrega ao cansaço e ao medo de morrer. Ele perdeu um dos amigos que conheceu
nas sessões de quimioterapia.
Adam precisa realizar a cirurgia e as
chances são poucas - a cirurgia é de risco. Adam se desespera e quer desistir
(cena que ele e Kile está no carro e ele quer dirigir, Adam entra na contramão
e os dois discutem)
Adam liga para sua terapeuta e eles trocam
palavras de conforto e de esperança. Não se viam ali como profissional e
paciente, falavam como amigos.
É importante relatar a aproximação que
Adam passa a ter com sua família. O pai de Adam tem mal de alzheimer e sua
mãe vivia para cuidar dele. No início da descoberta do câncer ela queria morar
com o filho, mas ele não aceita. Ela, assim como Kile, também começa a
participar de grupos de autoajuda de pais que tem filhos em tratamento contra o
câncer. Quando Adam descobre, ele percebe o quanto não dava atenção a sua mãe e
a vida que ela tinha, tampouco como ela estava em relação a tudo que estava
acontecendo.
A cirurgia de Adam ocorreu tudo bem,
apesar de algumas complicações que tornaria sua recuperação delicada. Com o
apoio da família e de Kile, Adam aos poucos se recupera.
O filme termina num encontro entre sua
amiga terapeuta, Katerine - eles começam a namorar.
Não houve final triste. Muitos filmes onde há pessoas doentes, terminam com morte.
Meu namorado sempre reclama dos meus
gostos para filmes. Ele fala que eu só gosto de filmes tristes que me fazem
chorar. Ah, se ele visse este!
Foi um bom filme. Teve superação. Teve cura. É baseada em uma história
real.
Filmes assim, nos fazem mais ainda
acreditar no milagre, no amor entre as pessoas. Na união, na fraternidade entre
amigos, no companheirismo entre Adam e seu cachorro e, por fim, no amor
incondicional entre pais e filhos.
Adam, antes da
cirurgia fala com seu pai, que devido sua enfermidade, nunca o reconhece.
"Pai, sei que o senhor não lembra de mim, mas sou seu filho e eu te
amo".
É sim, uma linda história. Um belo filme.