Interessante, não é? Descobrir que o mundo é uma espécie de supermercado humano, onde as pessoas se organizam em prateleiras. Temos aquelas que exigem nosso melhor, que esperam atenção, e que não aceitam qualquer resposta que não seja "sim" ou "não". Elas ocupam a prateleira de cima, onde guardamos as taças de cristal que tiramos para ocasiões especiais. Cuidamos com carinho, porque sabemos que um deslize pode causar um estrago enorme.
Logo abaixo, temos a seção do “tanto faz”. É como a prateleira do meio da geladeira, onde ficam aqueles itens que a gente consome sem muita cerimônia. Elas não fazem questão de um espaço exclusivo e se adaptam a qualquer situação. Um “oi” ou um “tchau” é suficiente, e elas continuam ali, sem reclamar.
Por fim, há as pessoas do “não me importo”. Aqueles que ficam na prateleira de baixo, junto com a farinha e os potes de sorvete vazios que a gente guarda sabe-se lá por quê. Elas não se ofendem com o pó que se acumula sobre elas e não reclamam quando esquecemos que ainda estão lá. São as que nos fazem lembrar que, às vezes, o espaço está mais vazio do que deveria.
E no meio de tudo isso, você, curador da sua própria vida, vai descobrindo onde colocar cada um, quem fica em destaque, quem fica no canto, e quem talvez já deveria ter saído de circulação. É um aprendizado constante, mas essencial. Afinal, arrumar as prateleiras não é sobre organizar o mundo, mas sim, sobre organizar a si mesmo.
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