Hoje de manhã, minha filha vestiu-se de boneca.
Não, não foi um vestido qualquer. Foi uma personagem. Uma versão dela mesma, imaginada no instante em que abriu a gaveta, escolheu uma roupinha “porque tava frio” — apesar dos 29 graus marcando firme no sábado ensolarado.
Meias longas. Sapatinho. Blusinha com detalhes delicados. Um cuidado digno de festa de princesa, embora o destino fosse a sala de estar.
Pediu penteado. Um laço aqui, um coque ali, e uma exigência muito clara: "tem que ficar igual da bonequinha, tá bom?"
E lá fui eu, com os dedos atentos e o coração derretido, trançando um pouco de cabelo e muito afeto.
Durante o dia, a blusinha deu lugar a um short. Mas as meias… ficaram. Os sapatinhos também.
Ela correu, pulou, aprontou. A casa virou cenário de aventura, salão de festa, consultório médico, loja de doces e zoológico — tudo ao mesmo tempo.
E quando a soneca da tarde veio, ela simplesmente adormeceu assim mesmo, de sapatinhos e meias, como se a brincadeira nunca tivesse acabado.
E eu, no meio da bagunça, só conseguia pensar:
Como ela é incrível.
Minha doce menina.
Com sua lógica de inverno tropical, sua independência teimosa, seu carinho espalhado em forma de brinquedo no chão e frases soltas que ecoam mais fundo do que parecem.
Ela não se vestiu só de boneca hoje.
Ela se vestiu de imaginação.
De liberdade.
De infância vivida com força.
E eu agradeço, em silêncio, por poder ver de perto essa menina crescendo com tanta autenticidade.
Ela é meu furacão de fita rosa.
Minha arte viva.
Meu caos mais bonito.
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