sábado, 7 de junho de 2025

A boneca que se vestiu sozinha


Hoje de manhã, minha filha vestiu-se de boneca.

Não, não foi um vestido qualquer. Foi uma personagem. Uma versão dela mesma, imaginada no instante em que abriu a gaveta, escolheu uma roupinha “porque tava frio” — apesar dos 29 graus marcando firme no sábado ensolarado.


Meias longas. Sapatinho. Blusinha com detalhes delicados. Um cuidado digno de festa de princesa, embora o destino fosse a sala de estar.


Pediu penteado. Um laço aqui, um coque ali, e uma exigência muito clara: "tem que ficar igual da bonequinha, tá bom?"

E lá fui eu, com os dedos atentos e o coração derretido, trançando um pouco de cabelo e muito afeto.


Durante o dia, a blusinha deu lugar a um short. Mas as meias… ficaram. Os sapatinhos também.

Ela correu, pulou, aprontou. A casa virou cenário de aventura, salão de festa, consultório médico, loja de doces e zoológico — tudo ao mesmo tempo.


E quando a soneca da tarde veio, ela simplesmente adormeceu assim mesmo, de sapatinhos e meias, como se a brincadeira nunca tivesse acabado.


E eu, no meio da bagunça, só conseguia pensar:

Como ela é incrível.

Minha doce menina.


Com sua lógica de inverno tropical, sua independência teimosa, seu carinho espalhado em forma de brinquedo no chão e frases soltas que ecoam mais fundo do que parecem.


Ela não se vestiu só de boneca hoje.

Ela se vestiu de imaginação.

De liberdade.

De infância vivida com força.

E eu agradeço, em silêncio, por poder ver de perto essa menina crescendo com tanta autenticidade.


Ela é meu furacão de fita rosa.

Minha arte viva.

Meu caos mais bonito.



Nenhum comentário: