Nael voltou pro karatê! Quase sete meses longe e ele lembrou de tudo. Tudo. Eu mal lembro onde deixei minha chave ontem, mas ele? Tá lá fazendo o “oiááá!” com a concentração de um mestre japonês reencarnado em um menino de 5 anos com 1 metro e pouquinho.
E o mais bonito? A cada movimento, ele olha pra mim. Não pro sensei. Pra mim.
Como quem diz: “Mãe, tá vendo? Foca em mim, não pisca!”
E lá estou eu: sentada na arquibancada da quadra, com a garrafa de água na mão, tentando manter o foco enquanto a irmã mais nova o admira... e ao mesmo tempo explora cada canto daquela quadra como se fosse um parque temático particular.
Ele é lindo. Um guerreiro de faixa azul que não se compara a ninguém. Só segue, no ritmo dele.
Agora, em casa... ah, em casa ele acha que os gnomos lavam a louça, dobram a roupa, fazem o jantar.
Porque a “mãezinha” — assim, nesse diminutivo que derrete o coração — precisa brincar, montar Lego, desenhar, virar o Sonic, ser vilã e depois virar enfermeira do boneco tudo em 20 minutos.
E você pensa: “Ué, cadê a infância que dizem que passa rápido?”
Passa, sim.
Mas antes ela te puxa pelo braço, pede mais um suquinho, grita do banheiro, derruba um brinquedo e diz:
— “Mamãe, olha pra mim!”
E eu olho. Porque o tempo dele com os olhos em mim… vai virar memória no meu peito.
Então, mesmo exausta, eu sigo.
Na arquibancada, no tatame da vida, na cozinha, no chão da sala...
Sigo com ele. Meu pequeno guerreiro. Meu orgulho azul.
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